As questões que afetam o setor produtivo do Estado, englobando a agropecuária, a indústria, o comércio e o cooperativismo, passam a fazer parte de uma agenda bimestral com a Bancada Federal de Mato Grosso. A estratégia foi acordada nesta segunda-feira (26.10), durante uma reunião mobilizada pelo presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, entre os demais presidentes das federações patronais do Estado com deputados federais para discutir uma das principais demandas: impedir o corte de 30% nos recursos destinados ao Sistema S pelo governo federal. O encontro, que durou praticamente toda a manhã, aconteceu na sede da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).
O impacto da medida, anunciada há cerca de um mês como forma de ajuste fiscal, deu o tom da conversa entre o setor empresarial e os parlamentares. Estiveram presentes na reunião o coordenador da Bancada, o deputado federal Ezequiel Fonseca, e seus colegas de Câmara Nilson Leitão e Fábio Garcia. Conforme Fonseca, a possibilidade de corte é uma preocupação de todos os membros, cuja a intenção é não permitir que ocorra.
“A Bancada de Mato Grosso está preocupada. Nós temos várias ideias, todas elas convergindo para a defesa do Sistema S, até porque nós conhecemos bem o Estado, sabemos o trabalho que o Sistema tem prestado e a Bancada está mobilizada. Nós estaremos levando o assunto àqueles que não puderam participar, e trabalhar por um resultado que, certamente, será em defesa do Sistema S”, declarou o deputado Ezequiel Fonseca, informando que na reunião da Bancada desta semana o assunto estará na pauta.
O presidente do Sistema Famato/Senar aproveitou a ocasião para demonstrar quão desastrosa, conforme ele, seria a medida para os serviços prestados pela instituição que representa. O corte traria uma diferença de cerca de R$ 15 milhões no orçamento do Senar-MT.
“Com esses recursos que é feita a capacitação de pessoas. Ano passado, nós atendemos mais de 60 mil. Um corte dessa natureza, com certeza, prejudica os trabalhadores do campo, com a falta de qualificação, e os empresários, por conta da falta de mão de obra especializada. É muito drástico e muito ruim para todos”, apontou Prado.
Depois de demonstrar o alcance dos serviços prestados pelo Senar-MT, o superintendente Tiago Mattosinho esclareceu uma peculiaridade das atividades da instituição: a busca ativa pelos alunos, o que demanda maior despesa. “O grande desafio nosso, diferente de outras instituições que recebem os alunos, nós vamos atrás dos participantes. E nosso gasto financeiro para isso é gigantesco. Nós temos 180 mil propriedades rurais estimadas em Mato Grosso e cada uma delas é uma potencial sala de aula do Senar. A gente vai até o aluno, leva material e a estrutura necessária para que esse curso aconteça e isso consome um recurso bastante significativo”.
Iniciativas e projetos que o Senar-MT vem desenvolvendo e que podem ser diretamente afetadas, caso haja o corte, foram apresentados aos participantes: dois centros de Treinamento e Difusão Tecnológica que a instituição está implementando junto com o Instituto Mato-grossense do Algodão (Ima), em Sorriso e em Campo Novo do Parecis, para formação especializada de profissionais para o campo, e a implantação dos núcleos avançados de capacitação em cidades do interior.
“Na verdade, o governo federal tem tentado buscar recursos onde não deveria para tapar esse furo que está aí na Previdência e em outros setores. Tirando 30% do Sistema S significaria praticamente R$ 6 bilhões. Esse corte cobriria os furos financeiros do governo federal, mas descobriria, por exemplo, a capacitação de profissionais da indústria, da agricultura, algo muito importante para o desenvolvimento do Brasil. O Congresso já endureceu contra isso. A oposição já fez um grande movimento contra este corte. A expectativa positiva é que o Congresso não deixe votar essa lei para que o setor não perca esses recursos”, esclareceu Nilson Leitão, que é vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
A possibilidade de um convênio entre o setor produtivo e o governo federal para que não haja o corte também foi ventilada na reunião. O assunto vem sendo tratado em Brasília. “O governo vai vir com muita voracidade em busca desses recursos. O convênio, caso o governo não consiga aprovar a lei para retirar os recursos, vai ter celeridade e de forma temporária. Assim, o Sistema S vai bancar a saúde e a educação pelo governo federal. O governo tem que cortar os seus custos, não pode querer vir gerenciar aquilo que é de terceiros”, sentenciou Leitão.
A próxima reunião entre as federações da Indústria, do Comércio, da Agricultura e Pecuária e do Sistema OCB/MT (cooperativismo) e a Bancada Federal acontece dentro dos próximos 60 dias.
O Senar-MT faz parte de um conjunto de entidades que formam o Sistema Famato. Essas entidades dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais do Estado. É formado ainda pela Famato, Imea e pelos 88 sindicatos rurais do Estado. O Senar está no Facebook e no Instagram. Curta a Fan Page www.facebook.com/SenarMt e a conta @senar_mt.
(Fonte: GECOM Senar-MT)